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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Confiança

Recentemente, essa palavra vem me perseguindo muito e já faz alguns dias que penso em escrever sobre o assunto, mas não saberia dizer como começar, então estou começando assim, meio sem saber por onde. Falo isso porque o mundo tem nos levado a perder muitas coisas, dentre elas: respeito, fé e a tal da confiança. 
Percebo que somos levados a vivermos isolados e seguros do mundo lá fora, cada um por si e baseados no "salve-se quem puder!". E nessa perspectiva algumas coisas que fazemos no dia a dia nos remetem a essa insegurança, tudo isso por sermos bombardeados com notícias e estórias que nos levam ao medo e ao isolamento.
Pois bem, de certa forma, também estou dentro desse contexto e acabo tomando atitudes que levam a me proteger desse mundo aí fora...tenho muito cuidado e sou muito observadora com as pessoas que estão ao meu redor...procuro imaginar diversas possibilidades de encontrar o perigo e assim como, maneiras de me esquivar dele e aí entramos numa neurose daquelas, principalmente quando penso nos meus filhos. Em relação à Dandara, o celular se transformou em um GPS, pois procuro saber onde ela está com uma frequência meio exagerada (Fico imaginando como era a relação de confiança da minha mãe se naquela época não havia celular...e aí penso que talvez não existissem tantos perigos à nossa volta!).
No entanto, a tal da CONFIANÇA veio à mim e tive que me render a ela.
Em setembro precisei ir à Maceió, fui sozinha, de carro. Na cidade de Novo Lino há uma base da Polícia Rodoviária Federal. Quando vou me aproximando um guarda dá sinal para eu parar. Como ando sempre certinha, uma parada da PRF não me incomoda. Assim que eu paro, e estou tirando os documentos da bolsa, ele me pergunta:

- A senhora está indo para onde?
- Para Maceió.
- A Senhora me dá uma carona?
- Mas eu vou ficar ali na UFAL.
- Eu moro ali perto.
- Ai, não sei...
- A Senhora está com medo? Eu sou policial!
-.... (pensando com meus botões: e daí? faz alguma diferença hoje???)
- A senhora pode me dar uma carona?
- Tá...

Na verdade eu me senti pressionada e não sabia como dizer "não" para um policial. Fomos. Eu rezando e pedindo a Deus proteção... e aí fomos conversando sobre as estradas ruins, sobre as greves e aí chegamos na greve da UFAL. Descobri que ele além de ser policial, também era aluno de música da universidade (interesses diferentes né??). Ele justificou que precisava ter estabilidade na vida, agora que ela chegou os sonhos passam a ter prioridades. Na conversa descobri que ele também tinha um filhinho de 1 ano e 8 meses...assim, a partir de então a conversa rolou solta e a confiança se estabeleceu. Deixei ele em um posto de gasolina e segui para a UFAL inteirinha, graças a Deus!
Não é estranho, não confiar em quem trabalha para nos ajudar? Pois é, eu também acho, por isso começo a pensar mais racionalmente sobre a questão.
E falando em confiança, semana passada fomos comemorar o aniversário de Tarcísio em um Hotel em Porto de Galinhas, os meninos aproveitaram muito, principalmente Enzo que se esbaldou na piscina. Então gravei um vídeo dele que mostra o quanto ele confia na gente.


Ele se joga porque sabe que vamos segurá-lo e por isso ele confia plenamente nessa certeza. Também lembro que Dandara fazia a mesma coisa quando era pequena, pois se jogava de um balcão que separa a sala da nossa cozinha sem nem pensar duas vezes...então percebo que ao mesmo tempo em que damos confiança para os nossos filhos, tiramos deles quando passamos o medo e a falta de confiança nas pessoas... o que fazer?
Assim, mais uma vez tive que me deparar com esse sentimento de confiança...
Essa semana, na minha vinda de volta de Santana do Ipanema (AL) o pneu do carro estourou... (calma, você sabe o que fazer!)... a estrada é bem deserta, uma ladeira sem acostamento, nenhuma cidade perto, 16:30 da tarde e eu não conseguia mover nem por um milímetro os parafusos da roda... pensei (vou acionar o seguro!), quando olho para o celular, sem sinal!!!!!!!!!!!! (Pânico: o que eu vou fazer???)
A única coisa que eu pensava era: meu Deus, me ajude!!!
Depois de uns vinte minutos de desespero, Deus me mandou um anjo... um rapaz chamado Paulo, não devia ter mais que 20 anos, passou de moto, parou e eu GELEI. Não tinha muitas opções naquele momento!

- Boa tarde, quer ajuda moça?
- Quero... o pneu estourou e não estou conseguindo tirar os parafusos.
- Na hora, faço isso rapidinho!
- Vai pra onde?
- Prá Escada!
- Tá longe, e essa estrada é muito perigosa, principalmente nesse horário!
- Foi Deus que lhe enviou para me ajudar, estava ficando desesperada...
- As pessoas precisam se ajudar né?
- É verdade...
- Um motorista precisa ajudar o outro, principalmente as mulheres...

Cinco minutos e o pneu estava trocado...agradeci imensamente a esse ajudante desconhecido que só sei o nome e mora em Quipapá... agradeci também muito a Deus... o que seria de mim sem essa ajuda e essa confiança mútua? De igual modo, ele também poderia estar correndo perigo...
Então me lembrei de um comercial muito bonito da Coca-Cola que fala que os bons são maioria e que precisamos acreditar e confiar nisso, por isso compartilho isso com vocês!




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