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sábado, 31 de dezembro de 2011

Ano NOVO!

Vem vindo um novo ano e, com ele vem entranhado em nossas mentes e corações a esperança de um NOVO recomeço. Há uma frase do Mário Quintana que fala disso, ela nos remete a esse sentimento de esperança que diz o seguinte:




"Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça..."


Vejo isso como uma oportunidade que nos é dada de recomeçar e tentar fazer o melhor, rever todos os erros, nos auto-avaliar e desejar mudanças, traçar metas para conquistar no ano que se inicia...vi uma frase muito recorrente nos últimos dias que está circulando no facebook... "não é 2012 que precisa ser melhor, tente ser melhor você mesmo!"
Assisti , recentemente, o filme "O homem do futuro"... é um filme bem legal que trata da relação entre o que aconteceu no passado e, se é possível mudar o futuro se tivermos a oportunidade de tentar corrigir nossos erros lá atrás... nessa mesma linha, recomendo o filme "A máquina do tempo"... no final a lição que os filmes deixam é que não é possível mudar o passado, mas reconhecer nossos erros e tentar fazer do futuro algo melhor e, nada melhor do que falar em vida hoje do que escutar "Tempo perdido" do Renato Russo.

Nessa fase de transição entre o ano velho e o ano novo faço uma retrospectiva interior: o que foi bom e o que não foi? E se não foi me deixou algum ensinamento? Creci também com meus erros? As vezes é difícil voltar para aquilo que nos fez mal, machucou e doeu... mas vejo isso como um mal necessário, pois quando encaramos nossos erros de frente fica muito mais fácil perdoar a nós e aos outros e, a partir daí recomeçar NOVO, sem medo, sem mal estar e sem aquela sensação de que fechamos a conta mas, não tiramos "a prova dos 9".
Da minha avaliação sei que minha conta fechou (pelo menos para mim, se estou devendo algo, por favor me procurem!rsrs), pois procurei, do meu jeito, corrigir todos os meus erros: em casa, com minha família e com meus amigos, assim espero entrar em 2012 sem nenhuma pendência.
Houve também momentos de medo e tensão com meu sobrinho Lucas, mas Deus em sua infinita misericórdia apontou caminhos anteriormente desconhecidos para nós, por isso peço que 2012 seja o ano do seu completo restabelecimento junto àqueles que o amam e que dele cuidam!
Mas os momentos de alegrias e belas surpresas também foram intensos. Começar esse blog foi um deles, pois havia traçado como uma meta pessoal lá nos desejos de 2011...na verdade pensei que não iria cumprir! rsrs, mas estamos aqui, fazendo desses acontecimentos, momentos especias que mereciam ser registrados!
Retrospectiva 2011
Esse ano também conquistei meu novo emprego, fiz novos amigos (mas mantive os bons e velhos!), conheci novos lugares, comemorei meus 20 anos com Tarcísio e com ele nossa prole, falei para minha mãe e irmãos que os amo muito, agradeci a proximidade da minha sogra (acreditam?), busquei ser mais compreensiva com Dandara e ouvi Enzo me chamar de "minha" (minha mãinha tudo junto!).
Além da retrospectiva pessoal, fizemos uma retrospectiva coletiva aqui em casa, foi muito bom ouvir tudo que passamos juntos durante 2011...que quero mais dessa vida... há... tantas coisas ainda, quem não quer né????
Tenho alguns desejos e metas a serem alcançadas em 2012:

1º Buscar ser sempre uma pessoa melhor!
2º Saúde para mim e para os meus familiares e amigos!
3º Uma cultura de PAZ, para podermos criar nosso filhos com mais liberdade!
4º Defeder minha TESE de doutorado!

Essa será minha grande meta para 2012, pois é difícil manter uma vida familiar e social com a espada da TESE sobre nossas cabeças, quem já vivenciou esse momento de TCC e dissertação também sabe do que estou falando... embora a vida continue acontecendo nesse intervalo de tempo de 4 anos (tempo que dura o doutorado em média, pode ser muito mais!) a gente não consegue relaxar por inteiro, pois o nosso subconsciente está ali martelando nosso juízo: tese, tese, tese, tese....
Apesar de estar vivenciando essa sensação espero que isso não tenha afetado a minha vida e nem afetado tanto às pessoas que comigo convivem, pois há sempre casos que terminam em separações, filhos traumatizados (Dandara é um pouco, perdão filha!!!), a vida social se desfaz (nunca há tempo para festinhas, batizados, casamamentos, barzinho com amigos, etc.!), assim como há casos de depressão e abandono do doutorado por "N" motivos!
Nesse meio tempo aprendi a dirigir,  fiz concursos (três), tive um filho, estou trabalhando no Sertão, fiquei sem os dados da tese (chegaram há 15 dias!) e ainda me considero sã (por enquanto!)... então ainda estou sobrevivendo, graças a Deus, por isso 2012 será o ano da TESE!
Quero finalizar com um belíssimo texto do Drummond em que ele nos ná uma receita de ANO NOVO:


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Feliz vida

Recebi essa mensagem do meu amigo Marcão e decidi compartilhar com vocês!



NÃO VOU LHE DESEJAR
UM FELIZ ANO NOVO.

Não vou desejar que nesse ano encontre paz e felicidade permanentes. Não vou desejar que supere todas as suas metas e vença todos os desafios, encontre alegria no amor fique rico e seja sempre a pessoa mais linda e simpática do planeta (mas vou desejar saúde. Porque com saúde não se brinca).
Não vou desejar que 2012 seja o melhor ano de todos os anos de sua ida. Assim o que fará no restante da vida? Os sonhos devem ser constantes, incessantes!
365 dias é muito pouco para todas as conquistas, todos os desafios e tudo o mais que deseja fazer, ser e ter.
Prefiro o realismo! 
Esse ano, quero desejar outra coisa. Desejo que se lembre de todas as conquistas que teve. Que olhe para trás e veja tudo o que foi aprendido, se lembre de todas as pessoas que apoiaram e quem você foi em todas essas situações.Que determine a vida que quer levar. De repente... não é a que está levando agora, a que seus pais querem que leve. Ou seu amor. Ou seus amigos. Ou sua comunidade. Pare e pense na vida que você quer ter.
Escolha as pessoas que lhe acompanharão. Aquelas que agregam, que lhe dão apoio em todos os momentos. Escolha as que você quer ao seu lado e querem estar ao seu lado também.
Descubra o que lhe dá prazer e trabalhe
para que seja constante em seu dia-a-dia.
Faça o que você ama e ame o que faz.


Reconheça as características pessoais que não gosta e aprenda a mudá-las (ou aceitá-las).
Você pode ser uma pessoa melhor todos os dias. Por que quem você quer ser já está dentro de você. Então, procure. Insista e não desista.
Sim, um ano inteiro é muito pouco para tantos desejos.
Então, vamos lá. Procure dentro de você a força que precisa. Suspire fundo. Comece. Agora.
Sua vida está esperando.
Feliz vida para você!







segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Tua vinda





Quando vieres
Seja noite,
Seja dia,
Estarei te esperando.
Se acaso for à noite,
Estarei te esperando
Com um lençol de mil estrelas,
Um travesseiro de lua
E um leito de universo.
E se acaso não vieres à noite?
Que venhas ao amanhecer
Com teu olhar cheio de vida
Que venhas a esta casa que construíste em meu coração
Tão firme quanto as pedras fincadas na terra.
E estarei te esperando
Como os pássaros que cedo madrugam
E enchem de alegrias os campos
Estarei te esperando
Como o inverno espera o verão
E o outono espera a primavera
E estarei te esperando
Como cada estação do ano
porque sei que virás.


Por Tarcísio Augusto em 12 de dezembro de 1994.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Então é Natal...

As comemorações do Natal começam bem antes do dia 25... aproveitamos esse momento de fechamento de ciclo para nos confraternizar e agradecer a Deus por todas as bençãos recebidas... é o momento de perdoar e amar, por isso acho importante participar de cada confraternização dos círculos dos quais eu faço parte: círculo de alunos, trabalho, amigos e familiares... assim minhas confraternizações começaram lá no comecinho de dezembro com meus alunos da UFAl, com meus colegas professores da UFAL, com o grupo "Mania de se Encontrar" e também no aniversário de uma grande amiga (Dide) no último dia 23. Esses encontros fazem com que esses círculos criem mais vínculos e fortaleçam as relações de amizade.



Tradicionalmente, eu passo o Natal na casa dos meus pais, reunida com meus irmãos, sobrinhos, amigos e vizinhos...é uma festa que já é conhecida na vizinhança, pois quase ninguém na rua comemora como a gente. É sempre a mesma coisa, mas confesso que é sempre a mesma coisa boa...entramos no clima literalmente... compra de presentes, preparo da ceia, decoração natalina...



Assim, eu, minhas irmãs Sandra e Betânia, minha cunhada Léia e minha mãe, passamos a tarde inteira na cozinha preparando as delícias do nosso Natal...um muito de tudo porque com Léia e Betânia, não tem isso de pouquinho... tudo tem que ser exageradamente muito... graças a Deus, pois sempre sobra para o almoço e jantar do dia 25...(hehehe). Além disso, tem as expectativas dos nossos filhos quanto aos presentes de Natal que irão ganhar... todo mundo ansioso para abrir os presentes e fazendo perguntas sobre os mesmos...


No entanto, o mais importante de tudo é termos consciência do grande motivo que nos reúne a cada ano... o nascimento de Jesus Cristo... e o que dizer nesse momento que antecede a ceia? Primeiro de tudo agradecer a Deus por tudo em nossa vida, percebemos que mesmo quando as coisas ruins acontecem, elas vêm para nos trazer ensinamento.


Ontem recebi uma mensagem de Natal do meu amigo Marcos lá de Santana do Ipanema / Al que falava o seguinte: 

"Nós estamos, única e exclusivamente, nessa vida para aprendermos a amar e a perdoar".

E foi essa frase que inspirou minhas palavras na hora da oração da minha ceia de Natal... se vivenciamos isso  no nosso dia a dia estamos procurando fazer dos ensinamentos de Jesus nosso aprendizado espiritual para nos tornarmos pessoas melhores. Além disso, temos tantas coisas a agradecer, pois diante de tantas tribulações, tantas coisas boas aconteceram... só o fato de estarmos ali reunidos com um propósito comum já era motivo para muito agradecimento.



Depois de comermos tudo a que tínhamos direito, tivemos também nosso tradicional amigo secreto familiar e aí haja expectativas e especulações... no final todo mundo feliz com os presentes recebidos e por acharmos pouco, ainda tivemos nosso inimigo secreto... nesse, cada um compra um "mimo", geralmente uns péssimos e outros melhores e aí começa a briga pelos melhores presentes... é muito engraçado!



No final, e mais importante de tudo, foi estarmos juntos mais uma vez... um Natal simples, mas com alegria, amor, comida, presentes... quantas pessoas não gostariam de estar no nosso lugar...que gostariam de ter um pouco de comida... por isso é bom também agradecer por tudo que temos e pensar também sempre no próximo... lá em casa todo mundo é bem vindo... sabemos que de pouquinho em pouquinho fazemos a nossa parte, se todos fizessem talvez tivéssemos uma sociedade melhor... mas isso é uma questão de escolha, então que possamos escolher sempre esse Natal para a nossa família de parentes, amigos e vizinhos!

Feliz Natal para TODOS!!!




sábado, 17 de dezembro de 2011

20 anos à dois, à três e à quatro...

Hoje, 17 de dezembro de 2011, eu e Tarcísio completamos 20 anos de vida compartilhada. Foi um dia desses, alguns dias antes da minha formatura em Técnica em Agropecuária na Escola Agrícola. Lá em casa, apaixonados um pelo outro reiniciamos um namoro que havia começado alguns meses antes, mas que não havia dado certo... fomos namorar outras pessoas, mas o coração estava ali, ligado um no outro... ou seja, predestinados a viver juntos...
Nós dois em 22 de dezembro de 1991

E foi nesse dia que começamos, efetivamente, nossa vida à dois...
Foram muitas estórias, muitas cartas de amor (ainda temos todas!!), muito estresse, muitos encontros e desencontros, muitas descobertas, muitos sonhos e desejos até chegarmos no dia de hoje!
No nosso aniversário de 1 ano de namoro, escrevi uma cartinha e o trecho que selecionei diz o seguinte:

"Não consegui resistir ao teu olhar. Um olhar que me encanta e fascina, olhar que só você sabe dar, ninguém mais!" Em 17 de dezembro de 1992. Tão fofo, né...

Também selecionei um texto dele escrito para mim:

"Assim é o amor. Basta um olhar desinteressado se tornar um arco para atingir o coração de alguém que passava despercebido. E assim vai este amor, de versos, ilusões e poesia. Assim vamos nós percebendo que nos amamos cada vez mais". Em 17 de setembro de 1994.

Em 1999 fomos surpreendidos com a chegada de Dandara em nossa vida e então passamos a viver nossa vida à três ... foi a mais bela e doce espera de nossas vidas... não tínhamos nada, a não ser o amor um do outro, nossos cursos na faculdade e nossos empregos nos engenhos e que não nos davam garantias de nada! rsrs... escrevi um cartão de aniversário e que fala da chegada dela:

"Com a primavera, meu corpo também desabrochou como uma flor e recebeu teu pólen carregado pelos ventos e hoje guardo no meu ventre o fruto mais precioso do nosso amor". Em 21 de setembro de 1998.
Depois da chegada de Dandara as coisas melhoraram muito... eu sempre ouvi dizer que filhos são bençãos de Deus e Dandara foi a prova de que as bençãos divinas chegaram para nós também, com ela conseguimos tantas coisas...nossa casa, nossos empregos com mais garantias e nossos mestrados...
Nossa vida à três


Depois de superarmos tantas dificuldades (financeiras, afetivas, emocionais) é bom olhar para trás e ver a nossa vida passar como num filme e, melhor de tudo é perceber que as boas e belas lembranças são as que ficam. Aquelas que nos fazem rir ou que foram registradas em fotos... essas lembranças mostram que tudo valeu a pena, inclusive todas as dores sentidas e lágrimas derramadas... e é claro que foram muitas... mas com o passar do tempo, percebemos que a dor também faz parte da vida e que ela nos ajuda a levantar e seguir em frente, e é por isso que estamos aqui hoje...

Desses 20 anos, ficamos separados 1 ano, e cada um foi viver a sua vida... no entanto, percebo que esse ano foi  um ano em que estivemos mais próximos do que nunca, conversamos nesse ano mais do que que conversamos nos anos que antecederam o ano de 2005. Isso prova que mesmo ausentes um do outro estávamos mais próximos do que podíamos compreender naquele momento...
E como amadurecemos não foi?
Sempre lembro desse momento com o filme Lisbela e o prisioneiro com a música do Caetano Veloso que diz o seguinte: "e agora, que faço eu da vida sem você? você não me ensinou a te esquecer..."


Mas que bom que lutamos por nós, você muito mais do que eu, é claro... na verdade só resgatastes aquilo que só estava escondidinho e guardado dentro de mim e aí o amor brotou novamente ainda mais belo e forte com a certeza do sempre e do contínuo até aonde a gente se permitir ser feliz um com o outro, como somos hoje!

Desse momento tem uma cartinha que escrevi o seguinte:

"Com você aprendi que amar não é ver-se refletido nas imagens dos outros, nem tornar-se um reflexo da vida de outras pessoas.  É buscar em mim mesma a pessoa que sou, com meus defeitos e minhas qualidades e através deles dar o que tenho de melhor em mim, pois a gente só dá o que tem. Por isso, neste dia especial te dou felicidade por estarmos "namorando" há tanto tempo; alegria por nossa pequena Dandara; certeza de que tudo vai dar certo; paciência para esperar que tudo venha a seu tempo e fé em Deus que a tudo proverá". Em 12 de junho de 2006.

Depois ele responde com uma declaração de amor:

Como bem sabes é grande demais o amor que tenho guardado para te dar e do quanto meu coração suspira por ti. Cada palavra que escrevo se mostra na melhor das intenções pequena demais para poder descrever um sentimento tão bonito. Que é belo porque transforma, e forte porque me encoraja a chegar até você. Gostaria de ter em meu vocabulário as mais belas frases e palavras para te falar, no momento elas me faltam, mas não te esqueças amor o quanto te amo". Por Tarcísio em 24 de junho de 2006.

E esse retornar foi pleno!
De ambos os lados, vivemos nossa felicidade em todos os sentidos, até nos dias do estresse e do mau humor, sabemos e temos a certeza do amor um do outro. E para coroar essa plenitude e maturidade da nossa vida compartilhada fomos presenteados com a bela surpresa da chegada de Enzo em nossa vida. E assim começou nossa vida à quatro... tranquila, segura e carregada de certezas, principalmente a certeza de que escolhemos e encontramos o caminho para a nossa felicidade! Ele com seu encanto e meninice coroou esse novo momento em nossas vidas, realizados em todos os sentidos... só nos resta agradecer a Deus por todas as bençãos concedidas, agradecer por esses 20 anos juntos... que nossas bodas de porcelana seja mais uma pedra na construção do nosso castelo.

Nossa vida à quatro!


Vou finalizar com um texto belíssimo e que retrata bem todo esse sentimento:

"Em meio à confusão existe o amor, ele tão simples que parece apagado, porém é tão profundo e forte que não se deixa abater. E é preciso mais que simples olhos para enxergá-lo, muito simples sentidos para senti-lo. É preciso, antes de tudo, amar tão intensamente que o mundo se transforme numa extensão desse amor. E o amor é tão belo que transforma". Por Tarcísio em 12 de julho de 1997.
Nós dois em 16 de dezembro de 2011
Ps.: Não poderia deixar de registrar que hoje fomos acordados às 6 da manhã por nossa filha Dandara com um café da manhã preparado especialmente por ela, com luz de velas e espumante (????), melhor presente não poderíamos ter recebido... ela é exclusivamente responsável por nos ajudar a construir essa vida à quatro... na sua inocência foi a responsável pelas decisões mais importantes que tomamos em nossas vidas... te amamos Dandara, te amamos Enzo! Vocês são a prova viva do amor de Deus por nós!



quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Minha vida no Sertão

Nos últimos seis meses minha vida tem sido percorrida por uma ponte "rodoviária" entre Santana do Ipanema/AL e Escada/PE. Embora seja uma experiência cansativa foi também uma experiência de muito aprendizado. Isso ocorre porque no ambiente de sala de aula o processo de ensino-aprendizagem é uma via de mão dupla. Da mesma forma que a gente passa conhecimento para os alunos, acabamos também na condição de eterno aprendiz e aprendemos muito com eles, sobre eles, e, principalmente sobre o lugar deles, e nesse caso, o Sertão.
Nesse semestre lecionei as disciplinas de Sociedade, Natureza e Desenvolvimento e Seminário Integrador I nos cursos de Ciências Econômicas e Ciências Contábeis. Embora as disciplinas sejam as mesmas nos cursos, a dinâmica das turmas é totalmente diferenciada e os resultados completamente diferentes para o mesmo conteúdo dado.
A turma da tarde (Economia) é bem jovem, recém saídos do Ensino Médio, em sua maioria, adolescentes, aprendendo a viver suas próprias vidas, descobrindo um mundo que passou a ser revelado com as leituras feitas. São como sobrinhos que a gente vai guiando na vida, uns amores, e o melhor, sem vícios acadêmicos.
Turma de Economia

Já a turma da noite (Contábeis) é mais amadurecida, em sua maioria jovens trabalhadores que estudam à noite, ansiosos por conhecimento, críticos, desbravadores do mundo acadêmico, extremamente apaixonantes...dá vontade de oferecer o mundo pra eles.
Turma de Contábeis

Na finalização da disciplina fiz questão de ressaltar o quanto aprendi com eles, o Sertão se mostrou muito mais lindo do que já é, assim como, um mundo que precisa ser conhecido, e melhor, conhecido a partir da perspectiva e do olhar dos verdadeiros sertanejos ou daqueles sertanejos de coração, que são agregados, assim como eu hoje.
O mais importante de tudo nesse período foi perceber e valorizar essa terra que é tão rica em belezas naturais e culturais e, o melhor de tudo foi ouvir isso dos alunos no último dia de aula, ou seja, um resgate da valorização do que é o Sertão e se reconhecer como sertanejo nesse processo. Para finalizar a disciplina as turmas também escolheram formas diferenciadas de se confraternizar. A turma de Economia decidiu fazer um passeio com turismo ecológico e cultural em Pão de Açúcar e a turma de Contábeis optou por fazer uma reunião com música, poesia, amigo doce e risadas.


Felizes... no início da caminhada
Na turma de Economia fomos conhecer a Pedra do Navio, uma subidinha de 20 minutos, segundo Lidianny, moradora de Pão de Açúcar.  No entanto, essa pequena subida durou três horas só para chegar na pedra... acho que subimos uns 3.000 metros de altitude e uns 5 quilômetros de escalaminhada e como eu era responsável por todos, além de estar também super esgotada, precisei dar apoio moral para Rodolpho que reclamou a subida inteira, compreensivamente, mas que queria desistir a cada 5 minutos, e eu lá: você vai conseguir, falta pouco... mas andamos tanto que comecei a pensar que a gente chegaria no céu. No meio do caminho encontramos um oásis no deserto, um poço com água gelada para refrescar nossos corpos e nossos juízos, tudo de bom... enfim chegamos na pedra, uma vista maravilhosa, exuberante, perfeita... no fundo o Rio São Francisco e a imensidão de suas águas dividindo os Estados de Alagoas e Sergipe. 
Nosso oásis

A vista que se tem da Pedra do Navio

Valeu à pena...


Quase esquecemos de todo sofrimento da subida, com exceção de um pequeno detalhe: teríamos que voltar numa caminhada de pelo menos duas horas... oh céus... no meio do caminho dois alunos (Cláudio e Jefferson) se perderam, um pouco de aperreio para esquentar o juízo já derretido com o calor do Sertão.
No final, o guia os encontrou e nossa aventura na pedra do Navio durou 6 horas...exaustos, esfomeados e sedentos fomos almoçar em Pão de Açúcar... a cidade é bem agradável, gostosa, com monumentos plagiados de Brasília e Rio de Janeiro... no entanto, o que Pão de Açúcar tem de melhor é estar localizada às margens do Rio São Francisco, com sua água límpida e fria nos convidando para um banho merecido e "precisado" a essa altura do campeonato. Fechamento com chave de ouro! Recomendo!
A Serra Grande, onde fica localizada a Pedra do Navio

Descansando os pés

O Rio São Francisco visto do Cristo Redentor em Pão de Açúcar

O Cristo

O melhor de tudo... recarregamos as baterias!

Na reunião de Contábeis houve um pouco de tudo: poesia, música ao vivo, muitas fotos e acima de tudo muito carinho e amizade mútua, dava para ver no semblante de cada um ali presente. Mais surpreendente foi vê-los declamando poesias ... um pouco de tudo: Drumond, Quintana, Patativa do Assaré, Chaplin e Fernando pessoa ... todos esses nas vozes de Jéssica, Marcos, Maira, Márcia e Lídia... tem coisa melhor? Tem... ouvir uma poesia escrita por Thaís, linda como ela... assim como, ouvir Renato Russo com a "Banda Voou" não tem preço... e as músicas de Pernambuco? me senti em casa, pois a a banda completa (o mesmo cantor, tocador) era pernambucana. No segundo momento fizemos um amigo doce, uma maravilha, ficaremos alguns quilos mais gordos, mas extremamente felizes depois de tanto chocolate.
A Banda Voou

Só as meninas

Thaís se aproveitando da situação!

Assim, gostaria de de dizer a todos que cada um à sua maneira, do seu jeitinho fez diferença na minha vida, e espero também ter feito diferença na vida de vocês, daí me lembrei das palavras do Khalil Gibran:

Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra. Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas quando parte, nunca vai só nem nos deixa a sós. Leva um pouco de nós, deixa um pouco de si mesmo.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Chá do Bernardo

Sabe aquelas pessoas que a gente encontra na vida e parece que você conhece há séculos?
Pois bem, eu tenho algumas dessas pessoas na minha vida... e uma delas se chama keyla! Nos conhecemos em 2004 na turma do mestrado no Rio de Janeiro, embora seja Natalense, estava no Rio acompanhado seu esposo por conta do trabalho dele (que também é outro amor de pessoa!), e como ela não é "Amélia", aproveitou o tempo no Rio para se qualificar também...
Turma do PGCA 2004: Trabalho de campo sobre bacia hidrográfica - Silva jardim /RJ

Keyla é aquela pessoa que a gente se apaixona de imediato, meiga, amiga, carinhosa, religiosa, preocupada com as pessoas e que gosta e cuida de quem está ao seu lado, claro que grudei rapidinho, pois estava sozinha no Rio e é muito bom estar perto de pessoas que fazem a gente se sentir bem e em casa, mesmo estando tão longe do nosso aconchego e da nossa família. Foi com ela que pude externalizar muitos sentimentos e, com sua calma e serenidade sempre me disse palavras sábias e que confiasse no Senhor, pois só Ele sabia todas as coisas.
Ao longo desses 7 anos de vida compartilhada aconteceram muitas coisas, eu vim embora do Rio, ela ficou, terminou o mestrado, entrou no doutorado (hoje é quase Doutora em Meio Ambiente!) e seguimos nossa vida... mesmo assim, sempre mantivemos contato pelas redes sociais e por telefone... nessas conversas, a impressão que a gente tem é que a gente "se viu ontem", pois a conversa, o riso e a cumplicidade correm soltas! 
Depois de três anos sem nos ver, nos reencontramos no dia 01 de janeiro de 2009 lá em Natal e claro que foi uma festa, na qual tive a oportunidade de conhecer sua família... e que família! É apenas uma extensão do que Keyla é, ou seja, pessoas maravilhosas...e aqui segue o meu carinho especial pela sua mãe que é uma das pessoas mais lindas que já tive oportunidade de conhecer!
Eu e keyla - janeiro de 2009

Keyla e Anthony

Mas vamos aos fatos, depois de 2009, não nos encontramos mais... nesse período, Keyla se mudou também para Natal para ficar junto de sua família e agora, depois de 10 anos de casada foi presenteada com a dádiva mais linda que uma mulher pode receber, um filho, hoje com sete meses de gestação e que se chama Bernardo! 
E, para celebrar a sua chegada, keyla preparou um Chá de Bebê, e claro, fui convidada! Lembro que escrevi pra ela: sinto que Natal será invadida pelos amigos, estaremos aí celebrando esse momento com vocês. E lá fomos nós aproveitar as poucas oportunidades que a vida oferece para encontrar pessoas queridas...saímos daqui na sexta pela manhã...Enzo adoentado, ainda pensamos em desistir de ir ou deixá-lo, mas eu não iria aguentar ficar longe dele por mais três dias, pois já havia passado três dias no Sertão à trabalho, então abandonamos as duas hipóteses e fomos!
Chegamos à tardinha num hotel super agradável, embora a comida não fosse tanto assim, mas o nosso bangalô (éeeeeeeeee!!!) era maravilhoso, bem grande com duas camas de casal (fizemos uma cama gigante para nós quatro, era uma assim que Dandara queria aqui em casa...rsrs) e o detalhe que os meninos adoraram: uma "jacuzzi" só para nós! Eu precisava de mais alguma coisa? Não, dessa vez os meninos nem aperriaram tanto, como eu poderia dizer para Enzo que ele não poderia mergulhar na "piscina" particular dele? Ele se esbaldou, e de noite haja tosse, mas nada que um bom xarope não resolvesse! rsrs
Nosso bangalô em Natal

Olha que festa!

Fim de tarde...

Cadê a gripe????

No sábado fomos para o Chá do Bernardo, fomos os primeiros à chegar, a festa estava linda, com uma decoração perfeita, bem a cara de keyla que tem um bom gosto impecável, tudo feito por ela, um encanto... Assim que ela chegou, viu Tarcísio com Enzo nos braços, quase não acredita na nossa presença ali, pois fizemos questão de manter a surpresa... foi emocionante reencontrá-la depois de tanto tempo, conversamos muito e colocamos as principais notícias em dia... 
Chá do Bernardo

Eu, Keyla e Bernardo!

Tios corujas!

Eu já tinha certeza disso, mas depois do chá, tive ainda mais certeza de que a vinda do Bernardo vai abençoar ainda mais essa família, pois o amor entre eles é quase palpável e não falo apenas do amor entre keyla e Anthony, mas do amor de toda família ali reunida, por isso me sinto feliz por eu e minha família sermos também, de alguma forma, parte dessa família que a gente escolhe. 
No domingo almoçamos juntos antes de virmos para casa e fizemos questão de expressar esse sentimento bom que une as nossas famílias e uma coisa ficou marcada quando keyla disse: "há amigos que são mais chegados do que irmãos e eu creio nisso"... que bom ouvir isso de pessoas queridas, pois sentimos a mesma coisa em relação à vocês, por isso posso dizer que ganhei uma irmã, que mesmo distante, tenho certeza de que posso contar com ela em todos os momentos!
Seja bem vindo Bernardo, saiba que o  seu reino de amor já está pronto, agora só falta você!

Dos "tios e primos" que já te amam!

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Entre mães e filhas

As relações entre mães e filhas podem ser ao mesmo tempo extremamente ligadas por um fio de amor como por um condutor elétrico, ou seja, dando choques à todo tempo. Eu sou do tempo em que notas boas eram motivos de orgulho para minha mãe... não tinha isso da mãe acompanhar o filho durante o período letivo, pois a única coisa que importava era a aprovação no final do ano. Hoje, aprovação final na escola virou moeda de troca!
Isso tem me deixado muito preocupada, pois estou vivenciando esse sentimento dentro de casa. Não digo que estou vivenciando uma relação de amor e ódio, mas com certeza, uma relação de amor e choque! Talvez seja apenas choque de ideias ou de gerações, mas isso tem deixado os ânimos exaltados lá em casa...
Lembro da minha adolescência, também não foi fácil nem para mim e muito menos para a minha mãe... vivíamos às turras o tempo todo, mas do meu ponto de vista, eu estava sempre certa... e agora? quem está certa e sob qual ponto de vista?
Cada uma à sua maneira quer estar certa, no entanto, sei que por experiência o caminho a ser seguido é o caminho apontado por mim... o problema é, como fazê-la entender? Não tenho resposta para isso, nem receita a ser seguida. As vezes me questiono: onde estou errando? o que devo fazer?
Pois é justamente esse sentimento que eu tenho: o de estar errando o tempo todo!
No entanto, a única certeza que eu tenho é a de querer acertar, mesmo errando muitas vezes...
Agora sei o quanto minha mãe sofreu comigo, pois em muitas atitudes de Dandara me vejo nas suas ações, só não lembro do alto nível de mau humor e estresse... será que isso é reflexo da modernidade na qual estamos envolvidos? É muito sofrimento por tão pouco e as vezes até por nada, pelo menos para mim que não vejo problema algum.
Um segundo de tranquilidade... tenho que aproveitar né...
Mas tento, na medida do possível, me colocar no lugar dela e relembrar que também passei pela turbulência da adolescência e sempre que me recordo, associo minha adolescência a muito sofrimento: magra, feia, pequena, cabelo curto, pernas finas e sem dinheiro para nada! Quer mais? Nenhum menino olhava para mim!!!rsrsrsr
Pelo menos, como as gerações são diferentes, as necessidades são diferentes e os desejos extremamente caros, enquanto eu queria uma roupinha decente para ir na festa da padroeira, ela quer Ipad, bicicleta, violão novo, óculos...tudo ao mesmo tempo agora!
Aliás, ela quer não, ela exige! No entanto, também sei que quando conseguimos as coisas fáceis demais a gente nunca valoriza o que tem, pois sempre algo novo vai surgir e gerar uma nova necessidade e logo, uma nova exigência e isso tem sido difícil de fazê-la entender... nem sempre a gente consegue ter tudo que a gente quer e que o "NÃO" também significa aprendizado. A vida é assim! 
Aí lembrei de um texto que li há algum tempo... que fala sobre as mães más e daí me senti um pouco melhor e menos dura, pois sei que tudo que faço é por amor e pela certeza de querer encaminhá-la para a vida real. 

“Um dia quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães, eu hei de dizer-lhes:

- Eu amei-vos o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.

- Eu amei-vos o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.

- Eu amei-vos o suficiente para vos fazer pagar os rebuçados que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e vos fazer dizer ao dono: “Nós tirámos isto ontem e queríamos pagar”.

- Eu amei-vos o suficiente para vos deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.

- Eu amei-vos o suficiente para ter ficado em pé, junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam o vosso quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.

- Eu amei-vos o suficiente para vos deixar assumir a responsabilidade das vossas acções, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
Mais do que tudo, eu amei-vos o suficiente para vos dizer NÃO, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em alguns momentos até odiaram).

Estas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci... Porque no final vocês venceram também! E qualquer dia, quando os meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães; quando eles lhes perguntarem se a sua mãe era má, os meus filhos vão lhes dizer:

“Sim, a nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo...As outras crianças comiam doces no café e nós só tinhamos que comer cereais, ovos, torradas. As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvetes ao almoço e nós tinhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. Tinha que saber quem eram os nossos amigos e o que nós fazíamos com eles.

Insistia que lhe disséssemos com quem iamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos. Ela insistia sempre connosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade.

E quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata!

Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos; tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer.

Enquanto todos podiam voltar tarde tarde da noite com 12 anos, tivemos que esperar pelos menos 16 para chegar um pouco mais tarde, e aquela chata levantava para saber se a festa foi boa (só para ver como estávamos ao voltar).

Por causa da nossa mãe, nós perdemos imensas experiências na adolescência.
- Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em actos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime.

FOI TUDO POR CAUSA DELA!
Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o melhor para sermos “PAIS MAUS”, como a minha mãe foi. EU ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE: NÃO HÁ SUFICIENTES MÃES MÁS!

Aquelas que já são mães, que não se culpem, e aquelas que serão, que isso sirva de alerta!
(Dr. Carlos Hecktheuer, Médico Psiquiatra)

sábado, 19 de novembro de 2011

Ainda bem!!!!

"Ainda bem" é o título da nova música da talentosa Marisa Monte e claro não poderia perder a oportunidade de escrever sobre mim e sobre a música como pano de fundo. Tem coisa mais romântica do que isso? A música fala da descoberta ou redescoberta do amor para uma pessoa que não acreditava mais nisso. Ótima para dançar à dois, coladinho, olhando no olho, sorriso no canto dos lábios, entrega...tudo de bom!


Acredito que a dança à dois, assim coladinho, deveria sempre compor a receita de qualquer casal, pois tem a ver com cumplicidade, paixão, pimenta...de vez em quando faço isso, mas que deveria ser um pouco mais constante, pois a gente nem percebe e a rotina adentra a nossa vida, e quando nos damos conta, já foi! 
E quando isso acontece temos uma lista enorme de motivos que justificam nossas falhas: trabalho, contas à pagar, filhos, falta de tempo, de dinheiro, enfim, questão de prioridades.
Mas quando colocamos o amor e a nossa vida como prioridades?
Eles se tornam prioridades quando estamos na fase da conquista e tudo tem um motivo para agradar e conquistar o outro, uma roupa nova, um lugar, uma música, um bilhete apaixonado, uma langerie, ou seja, tudo gira em torno da conquista e aí o prêmio: conseguimos!!!
E manter o amor? Será que é algo que sabemos fazer? 
Essa é a pior parte de uma relação... pensei sobre isso recentemente... e o pior é que nem sempre é preciso fazer coisas mirabolantes ou muito caras, coisas simples, no dia a dia, podem suprir essa necessidade de conquista, de saber que você é importante para o outro, de saber que o outro ainda se interessa por você e te valoriza pelo que você é, pelas suas qualidades, mas principalmente pelos seus defeitos.
Essa semana senti saudade de sair à dois, faz tempo que isso não acontece, há alguns meses demos uma fugidinha e fomos para o cinema, tudo de bom e que Dandara nem sonhasse com isso, pois é fanática por filmes, mas precisávamos fazer isso para lembrar que acima de tudo somos um casal, embora sejamos família ao mesmo tempo. 
Isso é muito complicado, pois apenas uma linha tênue consegue separar e distinguir as duas formas de relações, pois uma não pode sobrepor à outra, mas conviver harmoniosamente. O problema é que com a rotina e com o dia a dia, geralmente a relação familiar se sobrepõe à relação à dois, e nessa zona de conforto ficamos, até que um perceba e queira cair fora!
Mas, "ainda bem" que um ou outro acaba proporcionando momentos à dois e que isso acaba fazendo diferença ao final do dia. Hoje, pela manhã acordei e Tarcísio já havia saído para ir à feira comprar frutas e verduras. De camisola básica, cabelos desalinhados, olheiras estava lavando pratos na cozinha quando ele chegou, me abraçou, me deu um "xero" e disse:

- Bom dia meu amor, você está bem?
- Estou e você? dormiu bem?
- À prestação (rimos!!!)

O problema é que Enzo passou a madrugada inteira acordando a cada 15 ou 20 minutos chorando e perguntando:

- Meu pepeu, meu pepeu???? (chupeta).

Coisa simples ou besta??? Não para mim que ganhei o dia, pois são nessas pequenas coisas que o amor vai se construindo e se redescobrindo a cada dia, "... você veio pra ficar, você que me faz feliz ... tudo se transformou, agora você chegou..."




quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Eu era feliz... e sabia!!!!

Essa semana tive momentos de nostalgia e lembrei dos velhos e bons tempos de criança...
E aí eu percebi o quanto foi boa essa fase, uma infância inocente, ingênua, pura e acima de tudo, sadia!!!
Ontem eu e minha irmã Betânia, conversamos sobre isso e voltamos no tempo...relembramos muitas coisas...simples...do dia a dia de crianças sem muitas opções, mas com o mundo a nossa volta, então me lembrei da música dos Backyardigans (desenho infantil que Enzo assiste de vez em quando!) que diz o seguinte:

"Temos o mundo inteiro no nosso quintal
Sempre encontrando coisas novas para brincar..."

E era assim mesmo, na ausência de tudo, nós inventávamos e reinventávamos todos os dias no nosso quintal, que era um sítio bem pequeno limitado pelos fundos da casa, por uma rede de esgoto, uma cerca do vizinho e o rio Ipojuca. Nossa, nós aprontávamos muito todos os dias, brincávamos de índio, de guerra, de escola, de esconde-esconde, de casinha, de balanço, de inventor... tanta coisa...teve um dia que, imaginamos que havia um intruso que vinha mexer em nossos "brinquedos" à noite e resolvemos fazer uma armadilha. O sítio tinha uma trilha e no lugar onde havia mais mato e pés de banana, resolvemos cavar um buraco bem fundo e encher com lama, daí cobrimos a armadilha com folhas para "pegar" o intruso... e daí que depois de dois dias nada havia acontecido, então praticamente esquecemos dela. No terceiro dia começamos a brincar de correr... minha prima Márcia (filha de tio Zé Alberto) tinha um cachorrinho bem branquinho e bem pequeno chamado Tobby (em homenagem ao Tobby do Balão Mágico) e ele adorava correr atrás da gente, e assim, um a um começou a correr pela trilha e pular a armadilha e nessa estória, Tobby sobrou e pisou bem em cima da armadilha, como ele era pequeno, só ficou com a cabeça de fora gritando... quando olhamos para trás, ninguém aguentou de tanto rir do bichinho... lembro como se fosse hoje, meu primo Marcelo pegando ele pelas duas patinhas e levantando... o bichinho estava todo sujo de lama... e o problema depois disso era: como contar para a minha tia, pois ela havia dado banho nele naquele dia!
O problema era que nós apanhávamos por qualquer coisa, já era normal, não era espancamento, mais umas boas chineladas, beliscões e para os casos mais graves, uma "piza" de cinto básica... mas o interessante disso é que sobrevivemos a tudo isso sem traumas, sem psicólogos e sem bullyng!
Assim, não poderia falar da minha infância sem mencionar o sítio da minha vó no Engenho Barra, lá vivi os melhores e mais intensos dias da minha infância... se o meu quintal era do tamanho do mundo, o sítio para mim era do tamanho do universo diante de tantas possibilidades inimagináveis, mas acima de tudo criativas. Lembro que eu, meus irmãos e vários dos meus primos e primas chegávamos lá no primeiro dia de férias e lá as férias eram mais que perfeitas, detalhe: não havia energia e nem água encanada!
Eu, vó e Enzo ainda bebezinho!
A diferença é que esses pequenos detalhes não eram vistos como problemas, mas como novas possibilidades de brincadeiras. À noite, nada melhor do que fogueira, lua cheia e escuridão para contar estórias de terror, casos estranhos do passado e "causos" inventados. Os contadores de estórias era meus avós e um senhor que agora não me recordo mais do nome, mas que aprendi a gostar de estórias de cordel com ele, pois todas as suas estórias eram rimadas, pois adorava e era um colecionador da literatura de Cordel.
E a falta de água era o melhor motivo para tomar banho de rio, de bica e de "cacimbão" do sítio... um local especialmente reservado para as mulheres por ser bem escondido e nos dando um pouco mais de privacidade!
Era nessa casinha simples que os netos se abrigavam,
hoje fiquei tentando imaginar como cabiam tantos!
Depois de tantas lembranças, não aguentei, fui correndo para casa de voinha hoje, só para vê-la, escutar suas estórias e recordarmos juntas esses dias maravilhosos e, de uma coisa tenho certeza e concordo com  o que minha irmã disse ontem: minha avó tem hoje 91 anos e está passando por essa vida sem reclamar de nada! Digo isso porque por conta da idade, ela já não enxerga mais... no entanto, lembra de tudo e de todos! Por conta da visão ela já não tem mais condições de cozinhar, uma de suas paixões, nem de costurar ou varrer o "terreiro" todos os dias quando acordava às 4 da manhã, e quando acordávamos, já tinha cheiro de café torrado por ela na mesa, comidinha simples, mas extremamente maravilhosa, do jeito que só ela sabia fazer!
 E hoje, como ontem, foi um dia de recordar... e recordar é viver!!!
As galinhas e pintos que sobreviveram à nos!!

Entrada do sítio!

Lembro que no sítio meus avós criavam vacas, cabras, galinhas e patos e é claro que nos dias festivos um desses acabava indo para o fogão e aí que me apaixonei por um pato pois cuidava dele com um carinho todo especial e nesse dia havia chegado a sua hora de ir para a panela... foi um "Deus nos acuda", uma confusão para que ele não fosse morto, mas não teve jeito, minha avó tratou de torcer seu pescoço, imagina a cena que eu vi: ele não havia morrido, acho que ele ficou desmaiado e de repente saiu correndo com o pescoço caído para o lado e minha avó correndo atrás dele. E eu dizia: o bichinho tá vivo, ele tá vivo!
Resposta da minha avó: tira essa menina daqui senão, enquanto ela tiver pena desse pato, ele não morre!
No final das contas: vi o bichinho pela última vez esquartejado no prato dos meus primos na hora almoço! (rsrsrs) Mas sobrevivi!
Em outro momento eu e minhas primas Rosinha e Rosana, fomos as algozes de um pintinho que escolhemos para brincarmos de "cozinhado", ou seja, matamos, limpamos e colocamos na panela para "almoçarmos" quando estávamos brincando de casinha... no final da tarde, minha avó contou os pintinhos e notou a diferença, mas eis a conclusão que ela chegou: deve ter sido raposa ou cobras que pegaram ele... e nós, caladas estávamos e caladas ficamos... só hoje ela descobriu quem tinham sido as raposas e as cobras que devoraram o pintinho (rsrsrs).
São tantas estórias, minhas, dos meus irmãos, dos meus primos, daria até um livro... quem sabe né? memórias da nossa infância simples e feliz!
No entanto, o que me entristece é saber que meus filhos nunca terão uma infância livre e criativa, eles podem até ser felizes, mas tenho certeza que o processo de descoberta do mundo, da criatividade, do improviso talvez eles nunca tenham a oportunidade de vivenciar!
Dandara ainda pequena tomando banho de rio!

Excursão de bike rumo à casa de vó!

A recompensa depois das pedaladas!

Obrigada vó querida por me proporcionar os melhores dias da minha infância, por seu carinho e amor desmedido, por me ajudar a ser a pessoa que sou hoje, pois na sua simplicidade nos deu tantas lições de vida e sobre isso ela me dizia hoje... mas eu sou uma analfabeta...e eu respondia, mas a senhora sabe tanta coisa, me ensinou tanta coisa, curou tantos netos e bisnetos com suas receitas... queria fazê-la entender o quanto é sábia e importante para nós!
Mas tenho certeza que ela sabe o quanto é amada e querida por todos, por isso fiz questão de dizer o quanto  é amada por mim e que ela fez diferença para tornar minha infância mais feliz!