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sábado, 22 de dezembro de 2012

Fazer o bem é contagioso!

Recentemente postei um vídeo no face que trazia esse título. Ele mostra como pequenas coisas e ações podem fazer a diferença no mundo de hoje onde as pessoas estão cada vez mais invisíveis, insensíveis e quase apáticas vivendo em seu próprio mundo. E fico me perguntando quantas vezes já não fui e ainda continuo sendo assim, pois é cada vez mais difícil sair da nossa ostra pessoal, afinal só nos sentimos seguros e protegidos dentro dela, já que nós cultivamos o medo do mundo e das pessoas que nos cercam!
Então, é mais fácil nos isolar, não vermos nada, não escutarmos nada e também não falarmos nada!
E por conta disso, nos afastamos cada vez mais de Deus, embora achemos que estamos cada vez mais próximos quando pedimos e clamamos: meu Deus! meu Deus! (seja ele de qual religião for!). Afinal o texto bíblico nos ordena: ama ao próximo como a ti mesmo (Mateus, 22:39).


E a gente acaba amando mais a nós mesmos! Nesse momento natalino é comum a gente ver, ler e escutar votos e desejos de um Natal cheio de paz, luz e amor, seria bom que esses sentimentos fossem cultivados no nosso dia a dia, isso nos levaria a ver as pessoas além do seu rosto, como diziam lá no filme de AVATAR (eu vejo você!), ou seja, ver além dos esteriótipos, com todos os defeitos e qualidades que nos faz humanos, afinal, quem somos nós a não ser pessoas incompletas, buscando melhorar sempre? (alguns, outros nem tanto!).
Eu sei que não é fácil, também tenho muita dificuldade de expressar e dizer o que sinto para as pessoas que estão mais próximas de mim, por isso, na maioria das vezes eu escrevo! Mas é importante que a gente cultive os sentimentos bons, perdoar os momentos ruins das pessoas, a vida não está fácil para ninguém e pode ser que num desses dias as pessoas não estavam tão bem como gostariam...
Quando vi o vídeo lembrei logo daquele filme "A corrente do bem", que retrata tão maravilhosamente desse olhar que a gente precisa dar para as pessoas que estão ao nosso redor e, as vezes, as necessidades delas são tão simples ou pequenas que seria possível começar a mudar o mundo a partir de ações e atitudes bem pequenas, mas que para essas pessoas fazem toda a diferença.


Será que mudar o mundo é uma missão impossível?
No filme, somos levados a nos questionar: onde fica o reino das possibilidades em cada um de nós?
Talvez até não possamos mudar o mundo, mas mudar a gente mesmo, disso eu tenho certeza! É possível mudar o nosso mundo, por isso deixo aqui a minha mensagem de Natal. Que esse sentimento de solidariedade, amor e paz seja cultivado ao longo do ano que se aproxima, principalmente se começarmos a enxergar o próximo de maneira mais próxima, a prestar atenção no outro e dar a mão em seus momentos de necessidades, sejam elas quais forem. Fácil não é, mas também não é impossível! Acreditemos nisso! PAZ e BEM para todos!

domingo, 2 de dezembro de 2012

Terceira gestação em pleno século XXI...não tem sido fácil!

Esse é um assunto que vem rendendo desde o anúncio da minha nova gravidez no início de setembro. As pessoas vivem se surpreendendo com a notícia e eu cada dia mais me chateando, tendo que apresentar uma resposta simpática e agradável para não parecer uma pessoa grosseira, sempre com um sorriso nos lábios. A maioria dessas pessoas são familiares, amigos e colegas que participam do meu círculo de amizades e convivência, mas também tem aquelas que não sabem nada e acabam se sentindo à vontade para comentar. Também tenho plena consciência de que não fazem esses comentários com a intenção de magoar, mas tem sido difícil encarar essa situação nos últimos tempos. Coisas do tipo:

Três filhos? Vocês não tem o que fazer?
Ninguém merece ter tantos filhos hoje em dia...
Menina, se tu tivesse feito ligação de trompas, estaria livre disso agora...
Vai fazer a ligação agora ou esperar pelo quarto?
E por aí vai...

Eu também não estava preparada para a notícia e quase não acreditei quando li o resultado do exame, e fiz um segundo para confirmar e estava ali escrito em letras garrafais: POSITIVO. Não tinha como escapar, mas ainda tive esperanças que na primeira ultrassom, não aparecesse nada, além do meu útero vazio, mas, lá estava ele (ou ela), lindo de viver, com o coração a mil...dali em diante todas as minhas angústias se foram,  pois o mais importante é que ele estava bem, alimentado e protegido! Fiquei super feliz em vê-lo pela primeira vez!
Compreendo os comentários pois em pleno século XXI, não é "normal" pessoas com conhecimento e formação terem 3 filhos, diferente das gerações anteriores. Minha avó teve 7 filhos, tenho uma tia que teve 10, minha mãe teve 4 e hoje em dia o comum é ter filho único ou no máximo dois filhos, assim, fugimos dos padrões atuais de natalidade e, por isso mesmo, somos alvos dessas críticas.
No entanto, para nós, filhos são como dádivas divinas, dão trabalho? Claro que sim e muito! Sofremos? Redefinimos nossas prioridades? Também...mas por outro lado, são tantos momentos maravilhosos, gratificantes, felizes que as coisas ruins acabam sendo superadas ou esquecidas. 
Foi assim desde a chegada de Dandara, ela esperou 7 anos para fazer parte da nossa vida e chegou num momento difícil, pois vivíamos de salário mínimo, não tínhamos casa ou móveis, a não ser nossas roupas, nossos livros, alguns lençóis, panos de prato, depósitos de plástico e as dezenas de CDs de Tarcísio. Mas, Deus, durante e depois da chegada dela providenciou tudo de que precisávamos...abriu as portas de novos empregos e estudos, assim, 10 anos depois tínhamos tudo para atender as nossas necessidades. Nesses 10 anos não veio outra criança porque Deus não permitiu, até pensamos e planejamos ficar só com ela mesmo ou providenciar um irmão depois que terminássemos nosso doutorado, no meu caso em 2012/2013. 
Mas em 2009 fomos surpreendidos pela gravidez de Enzo. Também estávamos em um momento delicado, pois embora, tivéssemos trabalho não tínhamos estabilidade, apenas contratos e bolsas de estudos, nada garantido, ficamos preocupados novamente com a chegada de um mais na família, mas naquele momento eu comentei com Tarcísio: 

De Dandara não tínhamos nada e veja o que construímos depois dela, não vai ser diferente com esse que vai chegar, ele vai trazer nossa estabilidade.

Dito e feito, três meses depois Tarcísio passa em um concurso como ele sempre sonhou e pouco mais de um ano depois acontece o mesmo comigo, ou seja, mais uma vez Deus providenciou tudo que precisávamos! 
Pronto! Família completa, estabilidade financeira, doutorado finalizado (Tarcísio) e em fase de finalização (eu), faltava mais alguma coisa? Para mim não, estava tudo se encaminhando para a normalidade, pelo menos era o que eu achava até ser surpreendida por esse novo bebê. Como todo casal, temos nossos métodos contraceptivos, mas também como todo método contraceptivo nenhum deles é 100% seguro. E ter que ficar justificando como e porque aconteceu é dose! 

Eu, gravidíssima e feliz aos 4 meses de gestação!
Pronto, aconteceu e estamos felizes com a novidade, nos ajustando a nova realidade de uma maneira tranquila, sem estresse e sem sofrimento...já finalizei a parte teórica da minha tese, já providenciamos um novo quarto e sei que o melhor ainda está por vir com a chegada do novo bebê, pois já sei exatamente o que é, ou então alguma coisa parecida, Deus está providenciando tudo, se conseguirmos será assunto para uma nova postagem. No mais é só esperar e confiar nas providências divinas. 

Portanto queridos, quem vai passar madrugadas em claro seremos nós, velar pequenos com febre também seremos nós, pagar as contas que subirão consideravelmente também seremos nós, então relaxem, pois não estamos nem um pouco preocupados com isso, porque também sei que seremos ainda mais felizes com todas as coisas boas que uma criança traz para uma família. No mais, a única coisa que pedimos a Deus é que venha com muita saúde, o resto a gente corre atrás, como sempre corremos!


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Tirando as casas de aranha...

Pois é, já era hora de voltar a utilizar esse espaço... não que eu não quisesse antes, mas as vezes é preciso dar um tempo e priorizar outras coisas que acabam assumindo um lugar mais importante e foi o que aconteceu comigo nesses últimos meses.
Mas confesso que senti muita falta de estar aqui, pois escrever me ajuda a relaxar, a me concentrar e a organizar as minhas ideias. Foram tantas coisas que aconteceram, tantos motivos para escrever, tantas possibilidades, mas não tive condições mentais para isso. Me faltava inspiração, ânimo e tempo!
Foram momentos difíceis pois, foi extremamente complexo conciliar e administrar família, trabalho e tese! Principalmente conciliar uma vida "normal" à finalização da minha tese de doutorado. Mas acho que depois de tantas coisas, consegui chegar a uma finalização...foi doloroso, tenso, solitário, desesperador, mas consegui. Ontem escrevi as conclusões do trabalho, quase não acreditei quando digitei aquele ponto final, reli e vi que era tudo que eu deveria escrever.

Tradução: talvez eu comece pelos agradecimentos...

Claro que ainda falta o aval do meu exigente orientador, muitas coisas poderão sofrer pequenas mudanças, desde a nossa última conversa, mas sei que não será nada muito grande, apenas os ajustes necessários como acontece em qualquer tese. 
A minha discute a relação entre cidades e mudanças climáticas
Estou feliz e calma agora por ter superado os problemas e dado mais esse passo na minha jornada acadêmica. No entanto, para isso acontecer precisei abrir mão de muita coisa, como: assistir filmes e passear no shopping com Dandara, brincar de dançar e de faz de conta com Enzo, ter conversas às altas horas da madrugada com Tarcísio, viver a vida nas suas coisas mais simples e inclusive escrever sobre a simplicidade da vida.
Claro que não me isolei completamente, fiz coisas, vi e encontrei pessoas, me diverti, curti minha família, mas  tudo isso sabendo que uma espada estava sobre minha cabeça, que precisava terminar, que precisa escrever e, por isso não dava para relaxar nunca. É como se vivêssemos num universo paralelo!
Mas, enfim, paralelo a essa vida totalmente direcionada para a tese, a vida seguia normalmente: meus cabelos cresceram, viajei, Enzo cresceu e apareceu, Dandara está uma moça descobrindo a vida, adoeceu, continuei trabalhando, desenvolvi projetos, fui tia novamente e engravidei, ou seja, a vida corria normalmente. E que bom que ela continuava! Era Deus permitindo que as coisas acontecessem ao meu redor!
Agora é me preparar para a defesa da tese, porque não basta escrevê-la é preciso defendê-la, mas isso é outra história! Agora é pensar nos meus pequenos, compensar o tempo perdido e curtir o bebê que está chegando. E no final, agradecer a Deus por mais uma benção alcançada!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Mãe, dias sim, dias não!

Como o dia das mães é todo dia... eu sou mãe dias sim, dias não...
Por conta do meu trabalho, preciso estar longe das minhas crias alguns dias da semana! Para muitas mães isso é inconcebível e por esse motivo já recebi algumas críticas que me deixaram para baixo... Fico me perguntando se estou fazendo a coisa certa, pois sei que as necessidades de mãe que as crianças sentem são intensas e que por mais que o pai, as avós e as tias estejam presentes, nada é mais importante do que a figura materna em determinados momentos do dia, principalmente nos momentos de doenças e preocupações...
Não é a primeira vez que isso acontece na minha vida... e a experiência de Dandara com minhas ausências são bem dolorosas para nós duas!
Durante o meu mestrado precisei me ausentar da vida dela... foi uma experiência bem difícil, pois ficávamos sem nos ver as vezes até por mais de 2 meses e ela era tão pequeninha, foram meses de muita rebeldia, de agressividade e de tristeza de ambos os lados...eram as formas que a gente encontrava de extravasar a nossa saudade. Sei que desse período ficaram marcas na sua vida (e na minha!) que jamais serão apagadas ou esquecidas e sei o quanto ela tem dificuldade de tomar decisões sozinha, pois há uma dependência emocional extrema em relação à mim...
Sempre justifiquei minhas ausências explicando que toda distância, por mais difícil que fosse, era para o bem dela, mas que também era para o meu bem (egoísmo isso?), pois minha felicidade não está relacionada apenas a um aspecto da minha vida, mas de múltiplos aspectos, inclusive a minha formação profissional...
Agora, mais uma vez vivemos essa experiência da distância e agora, tanto ela como Enzo, precisam superar minhas ausências... claro que dessa vez é menos problemático pois fico ausente dois ou três dias da semana e eles acabam passando por isso sem muitos problemas, pelo menos aparentemente!
Quando chego, Enzo não desgruda e Dan fala pelos cotovelos me atualizando de tudo que aconteceu enquanto estava longe, por isso preciso dedicar mais tempo para eles para que supram suas necessidades de presença materna, o que não é fácil pois chego exausta da viagem e com um monte de tarefas do trabalho e do doutorado a serem cumpridas em casa. 
Meus filhotes!

Por isso, nunca me acho uma super mãe, eles mereciam uma mãe mais presente e mais carinhosa (pois tenho dificuldade de demonstrar meu amor...). Por outro lado, sei que minhas ausências podem ajudá-los a ser pessoas mais fortes, independentes e a enfrentarem as dificuldades sozinhos, pelo menos acredito nisso! Espero não estar errada!
Quero apenas que eles saibam que eles fazem minha vida muito mais feliz e que não consigo imaginar minha vida sem eles junto (e longe) de mim, e que por mais ausente fisicamente que eu esteja, estamos ligados por uma linha invisível mas, intensa de muito amor!
Sempre que saio de madrugada vou na cama deles e peço para que Deus e os anjos da guarda os protejam, para que nada de mau aconteça com eles na minha ausência e assim, entrego meus filhos nas mãos de Maria, a mãe de todas as mães e é por isso que venho, pois acredito que eles estão sendo cuidados enquanto estou longe. Para mim, peço sempre mais uma oportunidade de estar com eles novamente!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Reencontro com Deus

Não que eu estivesse completamente perdida, pelo menos do meu ponto de vista, mas porque estava um tanto quanto ausente nos últimos anos. Já tem uns dois anos que ando sentindo falta de um momento mais íntimo com Ele. Sempre que podia (e lembrava!) agradecia por todas as coisas que Ele havia me proporcionado e por me dar todas as respostas que eu buscava. Mas, sempre tive a certeza de que Ele estava ao meu lado em todos os momentos, principalmente nos mais difíceis. 
O fato é que ENCONTRO implica em compromisso firmado um para com o outro e, para isso é preciso ter tempo, tempo que a modernidade tem nos levado a cada instante e a gente nem percebe...quando nos damos conta, o dia passa, a semana passa, o mês passa, o ano passa, a vida passa...
Recentemente, assisti um filme que fazia uma discussão a cerca do tempo, tempo esse que passou a ser comercializado como um bem de mercado onde apenas quem tinha tempo (=dinheiro) tinha o poder. Aos pobres (de tempo), precisavam viver intensamente a cada minuto, pois caso não conseguissem comprar o tempo necessário viam suas vidas se esvaírem a cada segundo... por outro lado, para essas pessoas o sentimento de esperança praticamente não existia, não havia porque sonhar e esperar no "amanhã", pois ele praticamente não existia!


Bem, ao menos nós ainda temos tempo de recomeçar e a rever nossa vida (em tempo e em tese, pois o amanhã a Deus pertence!). E foi pensando nessas coisas, nessa falta de tempo, dessa busca diária pela felicidade plena que comecei a perceber que havia uma ausência, quase como uma saudade daquela que a gente não sabe como matar, de uma presença mais íntima de Deus na minha vida.
Nos últimos meses a oração tem sido minha fiel companheira, talvez pelo fato de ficar 8 horas por semana dentro de um carro e esse momento de completa solidão me levou a ter conversas semanais com Ele. E como têm sido bons esses momentos! Não há nada melhor saber que você está sendo cuidada pelo Pai, isso me faz me sentir completamente protegida... Assim, em oração, pedi para que Ele me orientasse em escolher um caminho a seguir... nessa noite tive um sonho muito significativo e senti uma presença muito intensa d'Ele ao meu lado...
No sonho eu estava indo para um retiro espiritual...o lugar tinha muito verde, um riacho, muito sol, tudo de uma beleza indescritível, mas o que chamava mais atenção era o sentimento de paz que o lugar nos deixava, daqueles lugares em que você repousa, relaxa e não quer mais saber da vida...
Havia muitas pessoas, mas eu não conhecia ninguém, a não ser Diogo, uma pessoa extremamente atuante dentro da Igreja Católica em Escada. Assim que eu o reconhecia, fui ao seu encontro para não me sentir tão perdida naquele lugar e quando eu cheguei perto dele, ele disse: que bom encontrar você aqui e aí me senti em casa...
Havia uma pessoa que todos queriam se aproximar, parecia um padre, e tinha um olhar que nos convidava a se aproximar... nesse instante, Diogo começou a tirar tudo que não precisava para ficar diante dele apenas para conversar (relógio, celular, carteira. colar, anel, sandálias). Então eu perguntei:

Por que você está tirando tudo para conversar com o padre?
Por que com ele eu não preciso de nada disso, basta-me suas palavras!

Então acordei meio assustada, meio comovida, mas com a sensação de que havia encontrado uma resposta. Fazendo as analogias, percebi que a figura do padre era a de Jesus e que era preciso me despojar de todas as coisas para me encontrar com Ele, para isso seria preciso ser humilde e a perceber que as melhores coisas da vida são as mais simples, que o mais importante é SER, e que o TER vem como consequência disso. Agradeci muito por esse momento!
Depois partilhei o sonho com Diogo, já que ele fez parte desse momento seria importante dizer para ele, e, assim como eu, tirou as mesmas conclusões... depois disso rezo todos os dias para que esses encontros sejam mais frequentes  e que cada encontro seja de momentos plenos!
E assim, viva o tempo, pois quando bem vivido, mais próximos da experiência e do reencontro com Deus ficamos!

terça-feira, 20 de março de 2012

À espera de um milagre

Esse é o título de um dos mais belos filmes que já assisti... é aquele tipo de filme que só se assiste uma vez e ficamos marcados por ele o resto da vida. No meu caso, só assisto esses filmes uma única vez, pois não tenho mais coragem de assistir novamente, são pesados demais para vermos novamente! E como o título diz, o filme nos leva a essa espera... nos leva também a entender que há coisas que simplesmente já estão escritas para acontecer e que não há uma explicação lógica para tudo!

E é esse sentimento que passa por mim desde a última quinta: "esperando milagres"... mas aí consigo perceber quantos milagres nós já vimos, foram tantos, alguns tão pequenininhos que a gente nem percebe na correria do dia a dia, pois a gente fica procurando sempre algo inexplicável e fora do comum...
Tudo isso é simplesmente para falar do meu sobrinho Lucas que já fez parte das estórias contadas aqui. Como todos sabem, ele sofre de uma síndrome extremamente rara chamada de esclerose tuberosa e que estávamos esperando um tratamento alternativo. Para isso foram feitos novos exames para avaliação do seu atual quadro clínico. Dependendo do resultado dos novos exames talvez ele fosse encaminhado para tratamento com uma nova droga que está sendo testada em São Paulo.
Qual o grande problema disso? distância? Não... por mais doloroso que fosse a ausência, esse seria o menor dos problemas a serem superados!
O problema maior é que o novo tratamento ainda está em fase de teste, só chegou aqui no Brasil em 2010 e direcionado apenas para pacientes que apresentam tumores no cérebro significativamente grandes e sem possibilidades de cirurgia. Embora venha apresentando resultados positivos há efeitos colaterais, principalmente relacionados a baixa imunidade, precisando de acompanhamento intensivo de uma equipe médica. 
O fato é que saiu o resultado do exame do Lucas e o diagnóstico mostrou que houve um crescimento significativo (1 cm) do seu tumor localizado no cérebro. Em janeiro,  a junta médica do Oswaldo Cruz havia solicitado que tal tratamento fosse trazido aqui para Pernambuco, pois serviria também como especialização da equipe médica daqui...no entanto, o problema é que Lucas é a única criança diagnosticada com a doença no Estado e que o custo-benefício seria muito alto, ou seja, era preciso ter mais casos para compensar o desenvolvimento e o fechamento das atuais pesquisas.  Além disso, apenas 5 pacientes estão usando a droga no momento, embora venham apresentando resultados positivos, nada pode ser chamado de dados conclusivos.
Ou seja, de acordo com a oncologista a localização do tumor pode trazer danos em caso de cirurgia e em caso do tratamento com a nova droga, não existem garantias. Que decisão tomar? É muito difícil para uma mãe tomar uma decisão dessas, pois as duas possibilidades implicam em efeitos colaterais. Digo isso, principalmente, porque quem olha para Lucas não percebe, de imediato, que tenha algo errado com ele. Ele tem um olhar tão expressivo e cheio de vida, que pensar em tirar isso dele, nos deixa muito tristes. É um olhar que transmite muita paz e que a gente não vê sofrimento relacionado à doença.
Assim, entregamos nas mãos de Deus pedindo orientação e é por isso que estamos à espera de mais milagres na vida de Lucas e temos certeza que eles virão como sempre vieram, pois confiamos Naquele que nos fortalece.



sexta-feira, 9 de março de 2012

Ser mulher nos tempos modernos

Pensem numa tarefa difícil no dias de hoje...
Antigamente, penso que ser mulher tenha sido mais fácil, com certeza talvez mais doloroso, sacrificado, preso, mas acredito que apesar de tudo tenha sido mais fácil, pois as expectativas sobre nós praticamente não existiam, a não ser a de ser mãe e esposa de maneira incondicional. Não conseguir chegar a esse estágio era como não ter mais nenhuma expectativa na vida, como uma aposentadoria sem benefícios. Lembro que uma vez, ainda adolescente, ouvi uma vizinha da minha mãe dizer:

- Se eu chegar aos 30 anos e não me casar, eu me mato!

Fiquei um pouco chocada na época, pois lembro que ela já estava na casa dos 28, 29 anos e comecei a imaginar a sua vida em contagem regressiva, com tempo pré-estabelecido para terminar e foi aí que decidi que se o meu tempo de casar não chegasse, eu não queria ver minha vida terminar sem ter nenhum propósito a seguir... (felizmente ela casou à tempo e segue vivinha até hoje com o marido e os dois filhos! Ufa!!!). Claro que o pensamento mais liberal da minha geração contribuiu para isso. Muitas pessoas contribuíram para a formação desse pensamento, principalmente as mulheres que participaram do grupo de mulheres daqui de Escada, o MOEMA. Estudar também ajuda muito nessa formação, principalmente na faculdade, onde começamos a encontrar outras mulheres que também pensam como a gente pensa e aí você se dá conta de que não está sozinha e que a nossa geração ela tem um diferencial se comparado com a geração anterior: informação!
No entanto, nós queremos sempre um pouco mais. É difícil nascer numa fase de transição como a que estamos vivendo, pois ao mesmo tempo em que buscamos nossa independência (financeira, social, emocional), também não queremos abrir mão do cuidado e da proteção dos nossos companheiros, do tipo "amante à moda antiga e que ainda manda flores"!
E cá estou eu, casada (antes dos 30, que alívio heim!!!rsrs), com filhos, emprego, casa e, o mais importante: liberdade para fazer tudo aquilo que eu achar que é o melhor para mim, sem que ninguém determine quais caminhos seguir e o que fazer! Mas, mesmo assim, não quero abrir mão do cuidado, da proteção, da gentileza de quem está ao meu lado, acho essencial para qualquer relação, é bom nos sentirmos cuidadas, quando pela nossa própria natureza, acabamos cuidando de tudo e de todos ao mesmo tempo. Liberdade financeira e social não significa necessariamente liberdade afetiva, pois a emoção é inerente à nossa natureza, nos faz desabrochar a cada dia.
Ontem foi um dia especial para mim e para as mulheres da minha família... ouvir minha mãe dizer que o meu pai ligou pela manhã para desejar um feliz dia das mulheres não tem preço, principalmente para nós que convivemos com a relação matrimonial difícil que eles têm. Ganhamos chocolate de Tiago, nosso admirador nada secreto e fomos presenteadas com rosas vermelhas dadas pelo meu irmão. Mas, a melhor e mais feliz notícia foi dada pela minha mãe mostrando o teste de gravidez com resultado positivo da minha irmã Sandra, pois está realizando um sonho antigo... e breve teremos mais um bebê na família!
Quanto à geração de mulheres independentes, é estranho ouvir mulheres dizerem que são felizes apenas com o casamento na vida delas... acho estranho, mas altamente compreensível, afinal, estamos num momento de transição quanto à evolução feminina e isso acaba fazendo parte do nosso cotidiano. Também já ouvi falar que o mundo anda louco pela ausência das mães em casa para repassar regras e valores aos filhos, isso as vezes me deixa com um pouco de sentimento de culpa e começo a avaliar se as minhas escolhas são as melhores em relação aos meus filhos... sei que não sou mãe em tempo integral, foi uma opção que fiz e espero não errar tanto, pois errar também faz parte da vida.
Mas acredito fielmente na seguinte frase: nós somos referências para os nossos filhos, se somos pessoas melhores, nossos filhos tenderão a ser... não é uma regra, claro, mas me dá um certo alivio, pois tento educar pelo exemplo.
Fácil? Nunca é, afinal estamos o tempo todo sendo cobradas por querermos a igualdade de direitos em relação à condição masculina, do tipo: te vira! Nunca errar por querer ocupar espaços anteriormente ocupados pelos homens. Dar conta de casa, marido, filhos, profissão, formação e ainda estarmos com "tudo em cima" determinado pelos padrões modernos de beleza!
Mas, o legal de tudo isso é que quando queremos, conseguimos chegar, ao menos, perto de tudo e percebemos o quanto somos grandes diante de tantos desafios, por isso, não gosto de pensar que nunca serei boa em tudo, prefiro pensar que procuro fazer o melhor naquilo que me propus a fazer.

Desejo a todas as mulheres que fizeram ou fazem parte da minha vida, muita certeza nas escolhas que fizeram na vida, tenham certeza de que também contribuíram para me tornar a mulher que sou hoje: de bem com as escolhas que fiz, pelo menos, por enquanto, afinal a mudança faz parte da nossa natureza!

sábado, 25 de fevereiro de 2012

O sumiço de Enzo

E não estou falando no sentido figurado, foi sumiço mesmo...
As crianças fazem coisas que qualquer tipo de razão desconhece... não bastam apenas dois olhos e dois ouvidos acompanhando-as para ter certeza de que está tudo bem ou que não vão aprontar alguma, elas sempre escapolem do nosso campo de visão num piscar de olhos. E quem já passou por isso sabe como a sensação de perda é horrível, depois da sensação de morte, a sensação de perda fica em segundo lugar no ranking do desespero. Digo isso com conhecimento de causa pois "perdi" meu sobrinho Gabriel no shopping por uns 5 minutos, quando ele tinha três aninhos, mas a impressão que a gente tem é que são horas, pois os segundos se arrastam e graças a Deus ele estava o tempo todo brincando de se esconder dentro de uma arara de roupas de uma loja. Para ele foi tudo brincadeira, tal era a sua inocência... depois do susto: adoeci!
Acho que foi por causa disso que criei um trauma sobre isso, as vezes tenho pesadelos imaginando esse tipo de coisa com Dandara e Enzo. Também fico aterrorizada com os casos de crianças esquecidas nos carros, acho que eu nunca me perdoaria se algo assim acontecesse comigo e sempre que Tarcísio sai com Enzo ou com Dandara fico ligando: cadê os meninos? está tudo bem? só para conferir se ele não os esqueceu no carro ou em algum lugar (desculpa amor, mas é mais forte que eu!).

Enzo , numa foto feita por Tarcísio há alguns dias atrás!

No caso do sumiço de Enzo, mesmo sob 3 pares de olhos e 3 pares de ouvido (Tarcísio, Betânia e Dandara), eu havia saído e Deus me poupou desse susto, mas tive pesadelos só de ouvir os relatos, passei a noite em busca dele e acordei exausta!
Depois do caso passado, eles comentaram que tinha algo estranho na casa e só depois que ele sumiu, foi que se deram conta de que o algo estranho era o silêncio e já fazia algum tempo, mas ninguém se atinou para o silêncio, até que Dandara perguntou:

- Titia, cadê Enzo?
- Sei não
- Painho, cadê Enzo?
- Sei não
Todo mundo: e ele não estava com você?

Quem conhece minha casa sabe que não temos porta de cozinha, portanto, só há uma entrada e uma saída e minhas janelas são todas gradeadas. Procuraram pela casa chamando por ele, embaixo das camas, dentro dos móveis, em qualquer espacinho que o coubesse e nada! O portão não estava aberto, mas estava apenas como o cadeado encostado, conclusão: roubaram o menino!
Foram na casa da minha sogra para saber se ela havia levado ele escondido (quando era adolescente, fiz isso com a filha da minha vizinha e a mãe dela chegou como uma louca lá em casa e aprendi a lição!!!) e nada de Enzo! Tudo isso durou uns três a cinco minutos no máximo, mas tenho certeza que foram os minutos mais longos que eles passaram na vida.
Dandara entrou em seu quarto novamente procurando e chamando por ele quando viu a cortina da janela se mexer e ela foi conferir o que era: e lá estava ele, caladinho, com as perninhas para fora da janela balançando na grade e curtindo a paisagem do quintal da vizinha. Deve ter sido um alívio revê-lo ali são e salvo, mas a resposta dela ao revê-lo foi:

O esconderijo!

-Ô menino, tu quer me endoidar? não faça mais isso, por favor!

Alívio geral, pernas bambas e aquela dor de cabeça básica que sempre aparece depois de um grande susto, mas isso não é nada comparado com a alegria de reencontrá-lo, tenho certeza disso! Só não me perguntem como ele chegou na janela, pois para isso ele precisou escalar o espelho da cama de Dandara, que é bem alto, até chegar à janela, se pendurar na grade e encaixar as pernas para fora...depois dessa só agradecer a Deus e aos anjos da guarda de Enzo que são, como ele, incansáveis e o protegem sempre!
Que bom, que só fiquei para contar essa estória com final feliz!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Em tempo de hibernação

Janeiro foi um mês bem complicado para mim. Prometi algumas coisas na virada do ano e já sei que não cumpri e isso deixa a gente meio "deprê". Primeiro eu iria começar a me exercitar, só faltava um tênis novo...agora tenho o tênis e me falta a coragem... ai meus triglicerídios...
Depois jurei de pé junto que iria dedicar esses 31 dias para a minha tese, mas também me faltou inspiração e um caminho a seguir (a tese está meio embolada em função dos dados que eram pra ser e não são...complicado né?), pois é, imagina desenrolar esse nó na minha cabeça, pois idealizei uma coisa e está saindo outra completamente estranha à mim... até sem inspiração para vir aqui me faltou, poderia ao menos vir aqui e falar: deu um branco, quem sabe na próxima!
Além disso, precisei dar conta de uma adolescente de férias e um bebê que não vê outra pessoa na frente a não ser eu... vamos dançar mamãe... quer lanche, quer suquinho, quer mimi, fica aqui...ou seja, sem ânimo para nada...mesmo assim, fiz das tripas coração e tentei estudar do jeito que dava, fiz até uns pequenos avanços, muitas pesquisas, algumas leituras só para não sentir tanto peso na consciência...ontem, passei o dia em frente ao computador, com vários intervalos para dançar Xuxa e Floribella com Enzo (pelo menos, faço algum exercício, hehehe, obrigada filhote!). À noite, depois que Tarcísio chegou, deixei Enzo por sua conta, mas é claro que ele não quis saber do pai, então ficou ao meu lado, me chamando, gritando, derrubando as coisas, puxando o computador e eu tentando me concentrar pois estou trabalhando com dados estatísticos de uma amostra de 43 municípios brasileiros, o problema é que preciso colher tais informações num universo  de mais de 5.500 municípios, ou seja, acaba sendo um trabalho bem minucioso...teve uma hora que as lágrimas vieram aos olhos (meu Deus!) e então cobri meu rosto com as mãos para dar vazão ao desespero que eu estava sentindo...daí Enzo disse:

- Achou mamãe!!!!!!!!!!!!!

kkkkkkkkkkk...ou seja, ele achou que eu estava brincando de esconde-esconde...assim, engoli o choro e ri com ele, o que fazer né? Quem sabe é Deus me mostrando que é preciso ter calma...

Mas também nem só de dias ruins vivem os homens e mulheres... dei um curso de verão na UFAL e fui para o Sertão com os filhotes, enquanto eu trabalhava, eles aproveitaram um pouco as férias...fomos tomar banho de rio em Pão de Açúcar e em Piranhas e à noite eles se divertiram muito com teatro e brincadeiras infantis na praça central de Santana do Ipanema. E aí nada melhor do que apoio da minha irmã, meu cunhado, minha sobrinha e meu sobrinho (Betânia, Otani, Alice e Gabriel). Além deles conhecerem as belezas do Sertão me ajudaram com Enzo e Dandara... foi muito bom tê-los por perto, apesar de extremamente cansada fiquei feliz por mostrar um pouco desse ambiente maravilhoso para eles. 
Banho de rio em Pão de Açúcar / AL

Na última semana ocorreu a Jornada Acadêmica em Delmiro Gouveia. Eu tinha um trabalho para apresentar e tinha uma mesa redonda com Tarcísio sobre riscos e mudanças climáticas. A proposta era levar a sogra e os meninos, só que de última hora minha sogra não quis ir mais, então tive que deixar Enzo com ela e Dandara se adiantou: sem Enzo, eu não vou!
Então, fomos nós, nem estava acreditando que teria alguns dias só para mim e para Tarcísio, uma lua de mel improvisada e merecida... fizemos a nossa parte na UFAL, encontramos bons e velhos amigos, comemos com muita tranquilidade e, o mais importante: dormimos muito, como há muito tempo não dormíamos (teve até um dia que perdemos o café da manhã da pousada!)...tem coisa melhor que isso? Temmmmmmmmmmm
Saímos para aproveitar as belezas do Sertão, fomos conhecer o Mirante do Talhado e tomar banho de rio com Felipe, Carol, Amélie e Dona Gracinha lá em Piranhas. Foi ótimo não me preocupar com horário de comer, de dormir, de banho e acordar diversas vezes na madrugada com um típico: mamãe!
Claro que eu monitorava por celular como eles estavam, mas a certeza de que estavam bem me deixava completamente relaxada, então decidi aproveitar o máximo e larguei a tese de lado, pois o que não tem remédio, remediado está...
Eu e Tarcísio no restaurante São Lourenço tomando sorvete de rapadura

Agora percebo como foi importante esse momento, pois não adianta querer forçar uma produção quando se trata de pesquisa e ciência, é preciso a gente arejar a cabeça, ver pessoas, rir, dormir para que as coisas comecem a fluir novamente...por isso consegui avançar um pouco na tese nos últimos dias e foi por isso estou aqui... pois o mais importante é viver, pois tudo tem o seu tempo certo na vida: hora de estudar, mas também hora de aproveitar a vida!