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sábado, 25 de fevereiro de 2012

O sumiço de Enzo

E não estou falando no sentido figurado, foi sumiço mesmo...
As crianças fazem coisas que qualquer tipo de razão desconhece... não bastam apenas dois olhos e dois ouvidos acompanhando-as para ter certeza de que está tudo bem ou que não vão aprontar alguma, elas sempre escapolem do nosso campo de visão num piscar de olhos. E quem já passou por isso sabe como a sensação de perda é horrível, depois da sensação de morte, a sensação de perda fica em segundo lugar no ranking do desespero. Digo isso com conhecimento de causa pois "perdi" meu sobrinho Gabriel no shopping por uns 5 minutos, quando ele tinha três aninhos, mas a impressão que a gente tem é que são horas, pois os segundos se arrastam e graças a Deus ele estava o tempo todo brincando de se esconder dentro de uma arara de roupas de uma loja. Para ele foi tudo brincadeira, tal era a sua inocência... depois do susto: adoeci!
Acho que foi por causa disso que criei um trauma sobre isso, as vezes tenho pesadelos imaginando esse tipo de coisa com Dandara e Enzo. Também fico aterrorizada com os casos de crianças esquecidas nos carros, acho que eu nunca me perdoaria se algo assim acontecesse comigo e sempre que Tarcísio sai com Enzo ou com Dandara fico ligando: cadê os meninos? está tudo bem? só para conferir se ele não os esqueceu no carro ou em algum lugar (desculpa amor, mas é mais forte que eu!).

Enzo , numa foto feita por Tarcísio há alguns dias atrás!

No caso do sumiço de Enzo, mesmo sob 3 pares de olhos e 3 pares de ouvido (Tarcísio, Betânia e Dandara), eu havia saído e Deus me poupou desse susto, mas tive pesadelos só de ouvir os relatos, passei a noite em busca dele e acordei exausta!
Depois do caso passado, eles comentaram que tinha algo estranho na casa e só depois que ele sumiu, foi que se deram conta de que o algo estranho era o silêncio e já fazia algum tempo, mas ninguém se atinou para o silêncio, até que Dandara perguntou:

- Titia, cadê Enzo?
- Sei não
- Painho, cadê Enzo?
- Sei não
Todo mundo: e ele não estava com você?

Quem conhece minha casa sabe que não temos porta de cozinha, portanto, só há uma entrada e uma saída e minhas janelas são todas gradeadas. Procuraram pela casa chamando por ele, embaixo das camas, dentro dos móveis, em qualquer espacinho que o coubesse e nada! O portão não estava aberto, mas estava apenas como o cadeado encostado, conclusão: roubaram o menino!
Foram na casa da minha sogra para saber se ela havia levado ele escondido (quando era adolescente, fiz isso com a filha da minha vizinha e a mãe dela chegou como uma louca lá em casa e aprendi a lição!!!) e nada de Enzo! Tudo isso durou uns três a cinco minutos no máximo, mas tenho certeza que foram os minutos mais longos que eles passaram na vida.
Dandara entrou em seu quarto novamente procurando e chamando por ele quando viu a cortina da janela se mexer e ela foi conferir o que era: e lá estava ele, caladinho, com as perninhas para fora da janela balançando na grade e curtindo a paisagem do quintal da vizinha. Deve ter sido um alívio revê-lo ali são e salvo, mas a resposta dela ao revê-lo foi:

O esconderijo!

-Ô menino, tu quer me endoidar? não faça mais isso, por favor!

Alívio geral, pernas bambas e aquela dor de cabeça básica que sempre aparece depois de um grande susto, mas isso não é nada comparado com a alegria de reencontrá-lo, tenho certeza disso! Só não me perguntem como ele chegou na janela, pois para isso ele precisou escalar o espelho da cama de Dandara, que é bem alto, até chegar à janela, se pendurar na grade e encaixar as pernas para fora...depois dessa só agradecer a Deus e aos anjos da guarda de Enzo que são, como ele, incansáveis e o protegem sempre!
Que bom, que só fiquei para contar essa estória com final feliz!

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